Estilos de Aprendizagem
Estilos de Aprendizagem são maneiras que o individuo percebe e sistematiza as experiências a que são expostos, ou seja, são maneiras pela qual o ser humano aprende sobre determinadas coisas afirma Silva et al. (2008). Para Da Silva (2006) os estilos de aprendizagem estão relacionados com a forma particular de adquirir conhecimentos, habilidades ou atitudes através de experiências ou estudos.
Assim este estilo de aprendizagem deve ser levado em consideração pelo docente que deseja melhorar o aprendizado dos discentes. Esta maneira pela qual o ser humano aprende deve estar em consonância com o estilo de ensino do docente para otimizar o aprendizado de um grupo de discentes. Considera-se que é muito complicado para o docente atingir todos estes perfis de aprendizado, mas o mesmo deve preocupar-se em atingí-los através de atividades que motivem diferentes grupos de discentes de acordo com Kuri (2002).
Entretanto, para que estas atividades possam ser desenvolvidas, é necessário, primeiramente, entender quais são os estilos de aprendizagem existentes.
Da Silva (2006) afirma que o processo de ensino e aprendizagem acontece pela interação dos elementos de um ambiente educacional: instituição, docente, discente e assunto, e ainda que o sistema educacional é muito dependente do docente, da sala de aula e das técnicas e recursos instrucionais.
OS ESTILOS DE APRENDIZAGEM DE FELDER
Richard Felder, professor de Engenharia Química da Universidade do Estado da Carolina do Norte (EUA), incomodado com a desistência e repetência dos alunos nas séries iniciais do curso de engenharia, decidiu pesquisar sobre alternativas para atingir esses estudantes. A partir de um estudo sobre ensino universitário de ciências, a pesquisadora Sheila Tobias levantou os pontos negativos nessas disciplinas, que são:
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a dificuldade em motivar os estudantes para ciências, ao não estabelecer sua relevância para a vida e interesses pessoais dos estudantes;
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deixar os estudantes em quase total passividade nas salas;
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a ênfase por competição por notas, em vez de aprendizagem cooperativa;
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o enfoque em resolução algorítmica de problemas, em vez de compreensão conceitual.
A partir dessa pesquisa, verificou-se que os estudantes são caracterizados por estilos de aprendizagem significativamente diferentes:
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enfocam diferentes tipos de informações,
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tendem a operar sobre a informação percebida de maneiras diferentes,
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e atingem a compreensão do assunto ensinado a velocidades diferentes.
Além disso, verificou-se que estudantes cujos estilos de aprendizagem são compatíveis com os métodos de ensino do professor da disciplina tendem a reter a informação por mais tempo. Então, Felder e Silverman, baseados em diversas pesquisas de outros autores, formularam um modelo de estilos de aprendizagem com dimensões relevantes para a educação científica. São quatro as dimensões de estilos de aprendizagem:
1. Visual/Verbal
2. Sensorial/Intuitivo
3. Ativo/Reflexivo
4. Sequencial/Global
Essas dimensões trabalham como pólos opostos, mas isso não quer dizer que a pessoa deva pertencer exclusivamente a um deles, pois há uma gradação, podendo cada pessoa ser classificada em escala de forte, moderada ou fraca, mudar com o tempo sua posição na escala, e variar nessa classificação, dependendo do assunto ou do ambiente de ensino.
VISUAL e VERBAL referem-se à forma de captação da informação.
Estudantes visuais obtêm informação preferencialmente a partir de imagens visuais como figuras, diagramas, gráficos e esquemas, enquanto os verbais têm mais facilidade em fixar informação através de material escrito como palavras escritas e faladas e fórmulas matemáticas.
SENSORIAL e INTUITIVO estão ligados à percepção das informações do ambiente, ou seja, pelos sentidos (o que é tocado, ouvido ou visto), ou intuitiva, favorecendo as informações que surgem internamente através de memória, reflexão e imaginação.
ATIVO e REFLEXIVO, estudantes ativos são os que processam a informação fazendo alguma atividade, ou seja, testando o conteúdo, os reflexivos já processam a informação introspectivamente, pensando muito mais nas coisas antes de testá-las.
SEQUENCIAS e GLOBAIS, quanto à compreensão os estudantes podem ser seqüenciais ou globais, os seqüenciais absorvem informações na medida em que ela é apresentada, de forma linear. Já os globais têm que ter um conhecimento mais completo do conteúdo para que ocorra a aprendizagem, eles dão saltos holísticos em sua compreensão.
A partir dessa classificação, Felder propõe aos professores, não que apenas verifiquem os estilos de aprendizagem de seus estudantes, mas que adaptem sua aula, ou seja, seu estilo de ensino para os diversos estilos de aprendizagem, com algumas modificações nas atividades propostas aos alunos para que todos os estilos sejam contemplados. O que se verifica é que nas aulas tradicionais apenas algumas categorias são trabalhadas, como por exemplo os estudantes verbais, intuitivos, reflexivos e seqüenciais.
Ele afirma que, com pequenas adaptações nas tarefas propostas aos estudantes, todas as categorias dos estilos de aprendizagem poderiam ser atingidas, como também as necessidades de todos os estudantes. Felder propõe também que as habilidades de cada uma das categorias estabelecidas podem ser desenvolvias pelos estudantes na medida em que são trabalhadas em sala de aula, ou seja, os estilos de aprendizagem são desenvolvidos ao longo de sua vida acadêmica. Então aconselha atividades que estimulem todas as dimensões dos estilos de aprendizagem, pois elas ampliam as habilidades de todos os estudantes e futuramente os profissionais da área de ciências.
O que se observa é que Felder e colaboradores estavam realmente interessados e empenhados em mudar é a prática didática do professor com seus alunos, dentro da visão vigente na época, do ensino centrado no aluno, introduzido pela pedagogia cognitiva. Felder propõe uma série de recursos didáticos e atividades a serem desenvolvidas com os alunos inovadoras e, segundo o próprio autor, com resultados promissores para os alunos, com ganhos reais em desempenho teóricos e de aprendizagem, e avaliações positivas dos próprios. Outro aspecto trabalhado por ele é a relação professor-aluno, em que apresenta pesquisas sobre o tipo de professor mais aprovado pelos alunos, qual professor produz resultados mais eficientes em relação à aprendizagem dos alunos e o envolvimento com a matéria.
Para criar sua teoria, Felder baseou-se em estudos desenvolvidos por outros pesquisadores, entre eles o de Myers-Briggs, que defendem a idéia de que a aprendizagem é conseqüência da personalidade do indivíduo, enfim, de seus tipos psicológicos. Os tipos psicológicos de Carl Jung, são utilizados na definição dos estilos de aprendizagem dessas autoras no de Felder e constituem a base conceitual do Inventário de Estilos de Atuação que integra o Projeto SIENA.

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